Aproveitando o bom tempo e enquanto espero pela minha viagem de sonho, escrevo um pouco sobre uma viagem que fiz em Setembro do ano passado: uma viagem à Jamaica.
A Jamaica é uma ilha (e país) situado no mar das Caraíbas e faz parte das Grandes Antilhas (Jamaica, Cuba, Porto Rico, e Hispaniola, que é dividida entre o Haiti e a República Dominicana). A ilha tem 234 kilómetros de comprimento e 80 kilómetros de largura e tem como capital Kingston.
Ao pensar em viajar para as Caraíbas uma das preocupações que se tem que ter é a altura, para evitar a altura dos furacões. No entanto, se viajarem nessas épocas baixas (especialmente no ano a seguir a um ano de muitos furacões) o preço da viagem desce imenso e, com sorte, não passa nenhum enquanto lá estão e, nesse caso, é fabuloso. Foi o que me aconteceu. No dia anterior a entrar no avião em Lisboa, estava a passar um furacão no Sul da Jamaica. Nós fomos para o Norte (parte turística) mas a preocupação mantinha-se porque com 80 kilómetos de largura, não há grande diferença entre Norte e Sul.
Podíamos não ter viajado. Mas fizémos a viagem. Só a fizémos porque fomos seguindo a par e passo a evolução da situação. Existem muitos locais onde podem verificar e até subscrever notícias sobre os furacões no Caribe (ex: Storm Caribe). No dia da viagem, fizémos uma última certificação com a agência de viagens que garantiu que o resort não tinha sido afectado de maneira nenhuma e, com a certeza que o pior já tinha passado entrámos no avião.
À chegada a Montego Bay, um dos pontos turísticos da Jamaica, o cenário não era fabuloso. Chegámos ao anoitecer e estava a chover, o que nos deixou algo apreensivos. Disseram-nos que era resultado de ter passado um furacão e que no dia seguinte teríamos um dia fabuloso de praia. Torci o nariz....Nesse dia não deu para ver nada. Já era tarde, comemos e fomos dormir.
No dia seguinte de manhã....
Hell Yeahhhh babyyy!!! Que dia fabuloso... Viagem quase a metade do preço habitual e um tempo espectacular, com uma água límpida, fabulosa.
Falando do hotel, nós ficámos em Ocho Rios, localizado na freguesia de St. Ann, no Hotel Riu Ocho Rios.
O hotel não desiludiu. Muitos restaurantes, boa piscina, um Pacha, bons bares e todas as mordomias. Obviamente, o melhor é ter uma praia espectacular em frente, onde podemos ser servidos com os mais diversos cocktails (vale a pena o regime Tudo Incluído). Os cocktails com frutas são muito bons. A comida, por outro lado, não é fabulosa...a maioria é importada e a local é boa para quem goste de muito picante.
No primeiro dia, e é habitual nos resorts da Jamaica, os guias convocaram uma reunião para falar da Jamaica e, especialmente, para nos impingirem um passeio por dia à nossa escolha. Para quem não se quiser preocupar com nada e estiver disposto a pagar um bocado mais, esta talvez seja uma boa opção. Nós não gostámos muito da pressão excessiva que foi feita nem da forma restritiva com que falaram da Jamaica e decidimos não marcar nada na altura e conhecermos um pouco primeiro. Nestas reuniões tentam meter algum receio e convencer as pessoas a apenas irem em passeios com eles, supostamente, Guias Oficiais. Durante o dia, olhámos para os guias turísticos e para os passeios da lista do hotel e escolhemos o que gostaríamos de fazer.
Logo quando chegámos à praia, vimos um Catamaran que fazia um percurso por água para Dunn's River Falls, uma cascata perto de Ocho Rios, composta por pequenas quedas de àgua e lagoas, que as pessoas podem ir subindo. Alinhámos neste passeio, e para além de subir as cascatas, tivémos direito ao passeio de catamaran, bebidas a bordo e fazer snorkeling em recifes perto da costa, no caminho entre o hotel e as cascatas. Fizémos isto tudo mais barato que o preço da viagem com os guias, que se deslocaram de carrinha até às cascatas. Vale a pena esperar e procurar melhor.
A ilha tem outras atracções que vale a pena espreitar, algumas relacionadas com o maior ídolo dos jamaicanos, Bob Marley, outras relacionadas com a Natureza, paisagens, praias e lagoas que vale a pena visitar. Depois da nossa primeira experiência decidimos não fazer nenhum passeio com os guias. Pelo contrário, e apesar de nos tentarem dizer que era perigoso, alugámos um carro, idealizámos um percurso e fomos conhecer alguns dos pontos turísticos que nos interessavam. O nosso destino: Negril.
Andámos pela costa, conhecemos Montego Bay um pouco melhor (neste caminho podem passar por algumas praias célebres, de filmes do James Bond, Cocktail e A Lagoa Azul) e fomos até Negril, onde almoçámos no Jimmy Buffett's Margaritaville, um espaço agradável na praia, com boas margaritas. Passámos a tarde na praia de Negril, umas das mais extensas (7-mile beach) praias de areia branca.
Depois, saímos desta praia e procurámos o famoso Rick's Cafe, para beber um cocktail de fim de tarde. Este café é situado ao pé de uma lagoa. Tem piscina, um pôr-do-sol fantástico e uma lagoa lindíssima para onde podemos saltar, de pranchas preparadas para o efeito. Também tem algum espectáculo com os animadores locais a saltarem de árvores altísssimas para a lagoa.
Na viagem de regresso, vimos que estávamos a ficar sem gasolina. Vimos isto com alguma antecedência mas não encontrámos nenhuma bomba. Escureceu e começámos a ficar preocupados porque não encontrávamos nada. Vimos uma localidade e entrámos. Rapidamente encontrámos uma bomba. Agora, a esta altura do dia (perto do jantar) numa localidade simples da Jamaica não há ninguém em casa. Todas as pessoas estão na rua a conversar e que sítio melhor do que a bomba de gasolina? Imaginem uma estação de serviço onde têm de andar com o carro devagarinho à espera que as pessoas se afastem...melhor, imaginem uma noite de Santo António (ou São João) e que querem passar na rua do Miradouro de Santa Lúzia (ou na Ribeira). Agora imaginem isto num país desconhecido, numa localidade nao-turística, num carro alugado, e após avisos de terror por parte dos guias.....agora imaginem ninguém vos chatear, o senhor da bomba meter a gasolina e ficar espantado com a grojeta. Fiquei surpreendido com a amabilidade de toda aquela gente à nossa volta. Saímos dali descansados após alguns minutos de apreensão. Na verdade, a Jamaica é um país que vive do turismo e todas as pessoas sabem que sem os turistas, ficam sem ganha-pão (isto apesar, de ainda em 2006 ter sido considerado o 3º país com maior índice de criminalidade do mundo). Mas aqui há que separar entre o Norte e o Sul. Em algumas alturas, como na altura em que lá estivémos, estavam a decorrer as eleições e em Kingston o cenário era de guerra civil. No Norte, imperava a paz.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário